Não são
as coisas que passam, mas as que ficam que importam.
Todo
amor, mais cedo ou mais tarde, provoca uma dor, mas uma dor que se
transforma em maturidade e serenidade, e que garante a permanência
da felicidade. Já disse o músico, “felicidade é questão de
ser”; já disse o líder dos nativos, “felicidade é um estado de
espírito”. Quem ama, não fica sentindo esse amor, enquanto se
enamora da ideia de estar amando. Amor não é sentimento, mas uma
escolha consciente e livre de doar-se na felicidade do outro. Ora, se
felicidade é um estado espiritual, então é algo contínuo e
possivelmente pode, a partir de certo ponto, tornar-se permanente; se
felicidade está no ser, então não é como estou, mas quem sou que
importa.
Amo,
caros alumigos, cada um de vocês, em vosso ser e individualidade, na
medida de minhas limitações. E fui quem de fato sou, enquanto
estive entre vós. Deixei, espero, as melhores pegadas que poderia
deixar. Feito uma flecha, bem sei, cortando o ar e rasgando peitos;
no entanto, ainda mais, torço para que tenha sido feito uma estrela
cadente: que passa duma vez, dura pouco tempo, deixa um rastro de
luz, provoca uma bela visão, e nos permite desejar nossos sonhos
mais profundos.
Em nossos
corações, as pessoas não são quem são, mas tornam-se as marcas
que deixam em nós. Assim, saudade pode ser um sentimento sublime
quando, olhando para as estrelas, lembrarem das palavras dóceis que
outrora disse.
Fui, mas
fiquei.
Fui
naquilo que para mim sou. Fiquei, naquilo que guardarem de mim. “Quem
ama vê além da aparência física e é isto que ama: a essência.”
E foi isso que deixei nos vossos corações.
Vós,
portanto, estais comigo até o fim de minha vida, tornando-se, assim,
eternos.
"Cada
um que passa em nossa vida,
passa sozinho, pois cada pessoa é
única
e nenhuma substitui outra.
Cada um que passa em nossa
vida,
passa sozinho, mas não vai só
nem nos deixa sós.
Leva
um pouco de nós mesmos,
deixa um pouco de si mesmo.
Há os
que levam muito,
mas há os que não levam nada.
Essa é a
maior responsabilidade de nossa vida,
e a prova de que duas
almas
não se encontram ao acaso. " A. Saint-Exupéry
Pedro Gurgel Moraes
Um Aluno da Escola da Vida.
Amante da Mulher Mais Bela.
Navegador dos mares dos sonhos.
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P.S.:
Pedro Motta perguntou-me: se amor não é um sentimento, mas essa
escolha de fazer o outro feliz, sabendo disso, porque existem as
brigas?
Reflito:
a briga nasce da discordância. Discordância nasce da palavra
discórdia. Discórdia significa corações separados ou distantes.
Então, se brigamos, é porque estamos em um momento de falta de
amor. Assim, é preciso tornarmo-nos conscientes dos nossos atos e
pensamentos, para guiá-los, de forma refletida, segundo nossa
decisão de amor. Amar é, em outras palavras, manter os corações
em consonância, doando-se no outro, pela força da própria vontade.
Observe
que manter a consonância pressupõe a busca de compreender a quem se
ama.
Enfim,
caro Motta, não sei responder. Mas suspeito que ainda precisamos
aprender a amar.