domingo, 14 de dezembro de 2014

O sonho e a verdade


Por que os peixes voam nos mares
E as aves nadam nos céus?

Certa vez, sonhei.
Haviam belos peixes a voar...
Vez em quando, alguns mergulhavam no ar.
Mas logo voltavam a voar na água.
Suas asas não eram tão grandes.
Não como as nadadeiras das aves!
Os peixes, porém, voavam com o corpo inteiro.

As aves, por sua vez, tinham um belíssimo nadar!
Como era magnífico vê-las nadar no céu!
Suas nadadeiras deslizavam no ar...
E seus corpos, leves, quando cansavam,
Simplesmente flutuavam.
As vezes, algumas se atreviam a nadar na água,
Mas, num átimo, voltavam:
Lugar de nadar é no céu!

Como era magistral a harmônica dança da Natureza!
A sinfonia dos peixes e das aves.

Certa vez, sonhei.
Quando percebi, era realidade!
E a dúvida voltou a declamar:
Por quê? Qual a verdade?

Por que as aves nadam nos céus
E os peixes voam nos mares?

Pedro Gurgel Moraes
Aluno da Escola da Vida
Amante da Mulher Mais Bela
Navegador dos Mares dos Sonhos
Sob o Olor do Lírio e a Luz da Estrela

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Encontro à distância

Acho que vou dormir.
Quero sonhar.
Ver teus braços estendidos
Aqui, tão distante, me abarcar.

Acho que vou te perseguir
Na terra do abstrato.
E teu tato e afago
Ver se lá encontro...

Acho que minha alma sairá daqui,
Em tua busca irá,
Dentro de si, no âmago de mim,
Onde fui te esconder?

Acho que, aqui,
Minha saudade quis te achar.


Pedro Gurgel Moraes
Aluno da Escola da Vida
Amante da Mulher Mais Bela
Navegador dos Mares dos Sonhos
Sob o Olor do Lírio e a Luz da Estrela


sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Carta: olhai as estrelas no céu, olhai os lírios no campo.



Vi Ester nos céus, vi Lis nos campos.

Não fiei, nem teci, nem me preocupei com as coisas do amanhã. E como ganhei com isso!

Desde quando Deus deu-me a conhecer a mãe de minhas filhas que meus dias já não são meus. Nem meus dias, nem meus sonhos, nem meu tempo. Enfim, minha vida não foi mais somente minha.

Fiquei maior. Virei dois-um.

Agora, nossas vidas (um-dois) não nos pertencem. Não somos mais nossos. Tornamo-nos ativos espectadores do alvorecer da vida. Afinal, de que vale a vida se não contemplarmos o Sol e o céu, a noite e a lua, a luz e as paisagens, a flor e a estrela, nos entretempos da passada?

Nossa vida um-dois, que já é dois-um-dois-um-quatro, dá nova guinada numa belíssima aventura divina! É que o gigante Amor, tão imenso, dobrou-se em lírio e estrela, fez bater o dois-um mais duas vezes – Lis e Ester – enquanto, nas entrebatidas, Ele proverá outras sementes.

Crescemos. Estamos multiplicando.

Que nossa árvore dê bons frutos.

Cem por um!
Com amor,
Papai.

Pedro Gurgel Moraes
 Aluno da Escola da Vida
Amante da Mulher Mais Bela
Navegador dos Mares dos Sonhos
Sob o Olor do Lírio e a Luz da Estrela

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Esterla de minha vida.


Parece-me que Deus quer conversar constantemente. Certamente não Lhes falta assunto... Desta vez Ele mostra-me a importância de não sucumbir aos imediatismos e pressas: apontou-me a existência de estrelas milenares, talvez já sem fulgor, mas cujas histórias continuam a cintilar no infinito. Não paremos para observar o firmamento, e talvez essas histórias sejam em vão.

O desenho no vazio celeste é belo, belíssimo, uma obra de arte esculpida durante mais tempo do que a consciência humana consegue conceber. No entanto, é preciso cessar o passo e a mente; é preciso contemplar o infinito.

E é na solidão imensa, escuridão profunda, que no céu sem nuvens se pode ver o brilho de tantas guias. São tantas, tantas, tantas! Cada qual mais bela. 

Deus apagou as luzes ao derredor para mostrar-me que há sempre um brilho por trás das nuvens; e que quanto mais profunda for a escuridão, tanto mais forte será o menor facho de luz.

É necessário, pois, o menor farol para iluminar a maior escuridão.

Óbvio como são os mistérios mais profundos!

Talvez por isso Deus tenha escolhido uma estrela, das mais belas, para vir ao mundo pelo ventre de minha amada. Para que possamos contemplá-la e admirá-la. Para que ela possa nos nortear, nos clarear: dissipar toda obscuridade de nosso mundo.

O mundo cinza agora tem cor, pois chega a estrela que ilumina o tom de tudo.

Pedro Gurgel Moraes
 Aluno da Escola da Vida
Amante da Mulher Mais Bela
Navegador dos Mares dos Sonhos
Sob o Olor do Lírio e a Luz da Estrela

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Recado do Amor Sublime

De todos os recados do Amor sublime,
Desvelo o mais belo e direto dado a nós irmãos:
Mãe.

Assim como para Si escolheu a mais bela e perfeita,
Deu-nos um anjo, barroco até,
Para cuidar-nos sob suas asas.

Deu-nos um Sol, louro e branco até,
Para nos aquecer e iluminar.

Deu-nos, enfim, outra Maria
Para nos amar.

De todos os recados do Amor infinito,
Assim como para Si escolheu,
Deu-nos a mais bela e perfeita que poderíamos desejar.

Pedro Gurgel Moraes
 Aluno da Escola da Vida
Amante da Mulher Mais Bela
Navegador dos Mares dos Sonhos
Sob o Olor do Lírio e a Luz da Estrela

***
Parece-me que agora posso dizer-me filho, posto que à frente vejo despontar luzes e perfumes, lírios e estrelas. Inunda-me o sentimento de saber-me filho ingrato, quando vejo o segundo recado do Amor Sublime em dois infinitos versos, que completam o magnífico verso que me gerou: Lis e Ester.

Estes dois curtos versos, tão infinitos minha mãe, são o presente que Deus lho dá, através deste um-ser-dois que é metade feito de ti, e de mim, e outra metade feita de Raquel, e de mim.

Amo-te minha mãe!

sábado, 2 de agosto de 2014

Dois



Lembro-me dos nossos 22. Juntos, patos na lagoa, dois.
Mas já sonhávamos com o quatro:
Os quatro da nossa banda, o nosso quatro de unidade,
O quarto disco de nossa banda (quatro);

O dois mais dois, o dois vezes dois, o dois elevado a dois,
Enfim, nós dois no quarto.
Hoje celebramos o dois que forma quatro:
São dois meus, dois seus, dois nossos...

Eram tantos dois, que Deus nos mandou mais dois.
Porque um só era muito pouco, para o tanto de nós um!
Nas nossas bodas de papel,
Descortino nosso papel:
Ser um em dois, ser um em quatro.
E eu achando que sabia poesia!
Sem muita estrofe, sem rima,
Deus mostrou como se faz:

Dois versos,
Estrela e Flor,
E o infinito que nelas cabe.
Acrescentou-nos mais!  

Pedro Gurgel Moraes
Aluno da Escola da Vida
Amante da Mulher Mais Bela
Navegador dos Mares dos Sonhos