sábado, 31 de março de 2012

Deserto


Coração sabe de cor, ação não tem pior:
Falar pelo medo do silêncio
(Fugir do futuro por ele chegar)...

Naufrágio nas profundezas de mim!
A solidão que não mais tenho
Arrasta-me às curvas do tempo

Em intempestivas tempestades inventadas pelo vento:
Do futuro jamais existente ao passado ainda latente
Navega minh'Alma a se procurar;

E diálogos impossíveis – pretéritos inconfessáveis –
São sentimentos brutos, puros, impróprios a brotar.

O ser se autoflagela culpado,
No deserto jaz afogado:

– Procuro solidão para não a encontrar.

Pedro Gurgel Moraes
Um Aluno da Escola da Vida.
Amante da Mulher Mais Bela.
Navegador dos Mares dos Sonhos.


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Para os amigos que não sabem, durante uns bons anos da segunda era da minha vida, escrevi em uma das casas abstratas mantidas pela binariedade da rede universal de escambo informativo e cultural. Era uma casa bastante similar a esta sobre a qual redijo novos versos, embora a outra tivesse tijolos mais antigos. Não obstante, minha infinita paixão pelas artes do Acaso, grande trunfo de Deus, permaneceu e adentrou a terceira era da minha vida. Portanto, sobre novos tijolos e com muitos dos sentimentos de outrora, inauguro minha nova casa, onde todos serão sempre bem vindos, desde que peçam licença ao entrar, entrem sem fazer cerimônia e, torço, tenham mudado ao sair.