segunda-feira, 28 de maio de 2012

Do que plantei


A fruta-dor nasce em certos pés de situação.
A semente dela, se bem regada, gera uma árvore
De tristeza
Que dá a melancolia, fruta doce, dá muito suco.
Vicia!

Há também os pés de alegria.
Esses dão risos nos galhos baixos,
Gargalhadas nos altos!
Dois frutos com sabor de nos fazer esquecer
Quase tudo, em seu deleite.

Mas a melhor planta é
Felicidade!
Dá todo tipo de fruto (ou fruta).
E, grande, nos permite viver dentro dela.

Pedro Gurgel Moraes
Um Aluno da Escola da Vida.
Amante da Mulher Mais Bela.
Navegador dos Mares dos Sonhos.

domingo, 20 de maio de 2012

Triste traição



atriz, fez que nada aconteceu.
rígida em seu espírito, manteve a tez serena.
tesa pelo triz que viu,
tesa, por um triz deixou transparecer
(lágrimas secas no seu rosto enxuto)
tristeza entrevava seu coração.

Pedro Gurgel Moraes
Um Aluno da Escola da Vida.
Amante da Mulher Mais Bela.
Navegador dos Mares dos Sonhos.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Mares dela


Ela já não se entendia mais. Estava confusa. Com raiva. Muita raiva. Homem era tudo canalha mesmo! Afinal, não faltava nada. Ele tivera carinho, dedicação, até mesmo sexo, embora fosse pouco o tempo de namoro e, mesmo assim, não largou da antiga namorada. Lógico, desculpas apareceram, mas palavras ditas em desespero só resultam em mais tragédias, e as dele não poderiam ter sido mais trágicas. Muita coisa explicava, mas nada justificava.

Tudo acabado, tudo resolvido? Uma ova! Depois de uma dessas o coração se sente pesaroso; num ato extremo de ódio, fecha-se. Porém, o tempo é como água calma, passa serenamente e vai se infiltrando mesmo por onde não há espaços.

Surge sempre um novo algo, com potencial para tornar-se amor. Um novo ele, talvez. Dessa vez foi mais interessante do que as outras vezes, mais suave. Pareceu-lhe mais correto. Ele deixara uma garota por ela, e tinha álibi teoricamente confiável para confirmar.

No entanto, houveram problemas dos jamais vistos antes. Aqueles que sempre davam apoio, logo eles, os tão amados portos seguros, finalmente manifestaram opinião contrária: muitos ela poderia escolher, mas ele, não!

Mas tudo era uma merda mesmo! Ela nem pensava em casamento ainda, muito embora seja para esse fim que os namoros se guiem de uma forma geral. Por que ele não? Qual o problema? Nada explica, nada nunca explicaria.

Daí ela fez o que prometera jamais fazer, desviou-se dos portos seguros de sua vida, girou o timão, guiou-se para os novos mares que se apresentavam. Podia ser que sua nau afundasse em algum lugar distante do seguro porto, mas sempre teria um bote, e um mapa de retorno. Afinal, não haveria outra forma de ser feito, somente ela poderia desbravar esses mares, e como saber das prometidas ilhas perfeitas, senão navegando?

- Será que há algo por essas águas que os portos já avistam e eu, eternamente imatura, não consigo avistar? - perguntava-se a aventureira, sabendo que sobre mares novos só há uma forma de chegar a conclusões: navegando.

Nesses mares, náufragos são apenas uma nova oportunidade de reconstruir uma nau.